Vai encher o tanque? Conheça a diferença entre os tipos de combustíveis disponíveis hoje nos postos
Publicado em 23/07/2021 por Jean SouzaGasolina comum, aditivada, premium, com maior ou menor octanagem, GNV, etanol, diesel e, nos dias de hoje, até eletricidade…! São várias as opções quando o assunto é o tipo de combustível. A boa notícia é que os produtos que alimentam as frotas no país estão cada vez menos poluentes, saindo de uma longa história de emissão de gases tóxicos no ar para o desenvolvimento de tecnologias mais sustentáveis. A seguir, confira a diferença entre os diferentes tipos de combustíveis comercializados nos postos e para qual uso eles servem:
Gasolina
As gasolinas vendidas no Brasil são gasolina A comum, gasolina A premium, gasolina C comum e gasolina C premium.
Refinarias, centrais petroquímicas e formuladores são autorizados a produzir a gasolina A, isto é, a gasolina sem adição de etanol anidro. A gasolina A, por sua vez, é vendida aos distribuidores de combustíveis, que adicionam etanol em teor estabelecido para compor a gasolina C, única disponível nos postos revendedores.
Atualmente, o teor de etanol anidro na gasolina C é de 27% em volume para gasolina C Comum e 25% para gasolina C premium.
Gasolina comum
A gasolina vendida no Brasil é um produto com padrão internacional. Em 2020, ela teve uma elevação de qualidade, atendendo a um cronograma de melhorias cumprido no país para poluir menos o ambiente e beneficiar os motoristas.
O índice que a gasolina possui para resistir à pressão dentro do motor sem sofrer combustão espontânea (octanagem) passou por mudanças para se adequar às novas tecnologias de motores, com octanagem RON 93 para a gasolina comum e RON 97 para gasolina premium. Até 31 de dezembro de 2021, entretanto, ainda serão aceitas no mercado as gasolinas com octanagem RON 92. Antes, esse índice não era especificado e agora está mais próximo do padrão utilizado na Europa.
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Essa gasolina trouxe novidades em aspectos que resultaram em melhor dirigibilidade, combate à adulteração e benefícios ao meio ambiente. Além disso, oferece mais dificuldade aos fraudadores, pois dificulta o uso de solventes para driblar a fiscalização. Confira todos os detalhes.
Gasolina aditivada
As gasolinas aditivadas limpam os resíduos que ficam no motor e isso é fundamental para que o carro tenha bom desempenho. Elas possuem substâncias dispersantes e detergentes, que ajudam a reduzir depósitos no carburador e nos bicos injetores, entre outros componentes. Os manuais dos proprietários, inclusive, recomendam o uso desse tipo de combustível.
Mas, atenção, não basta usar uma vez apenas e achar que o carro estará livre das sujeiras. É preciso repetir por três a cinco vezes o abastecimento para garantir bons resultados. O segredo é usar continuamente.
Mitos e verdades sobre a gasolina aditivada, com Gilberto Pose
E cuidado com a aditivação avulsa. Recentemente, foi observado o uso de óxido de ferro como elemento para aumentar a octanagem (resistência à detonação) da gasolina, mas seu uso é proibido pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
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Além de provocar um efeito ilusório de melhor rendimento, a substância pode provocar perda da isolação elétrica da vela, elevação da temperatura de queima e derretimento dos seus polos.
Gasolina premium
A gasolina premium tem propriedades de octanagem superiores às da gasolina comum. É indicada para veículos que requeiram ou exijam combustível de maior octanagem para o correto aproveitamento da capacidade automotiva. Esses carros, em geral, possuem motores de alto desempenho e a necessidade do uso de gasolina premium consta no manual.
Vale aqui a palavra de um especialista. De acordo com o engenheiro de combustíveis, Gilberto Pose, como a maioria dos motores para o mercado nacional é desenvolvida para a gasolina standard (padrão), sem elevação de octanagem, não faz diferença comprar essa gasolina se o seu carro não for um Porsche, BMW, ou Ferrari.
Na dúvida, lembre-se sempre de dar uma conferida no manual do veículo.
Etanol
É um biocombustível usado em motores de combustão interna com ignição por centelha (Ciclo Otto), substituindo a gasolina. O Brasil é um dos países que mais usam o produto e, até 2020, era o segundo maior produtor mundial.
Está disponível na forma de etanol anidro, como componente de mistura na formação da gasolina C; ou como etanol hidratado. Desses dois, apenas o etanol hidratado, composto por 92% de álcool e 8% de água, é usado no abastecimento comum. De acordo com a ANP, para evitar a fraude conhecida como “álcool molhado”, o etanol anidro recebe corante laranja, que só pode ser adquirido pelos agentes regulados específicos e deve ser registrado junto à agência.
Nos carros com motor flex, o uso do etanol hidratado proporciona maior potência e torque em relação à gasolina. Comparando seu uso com a gasolina, o motor demora mais a aquecer e o consumo de combustível é maior, mas, em compensação, o carro ganha potência: acelera melhor e possui melhor retomada de velocidade.
As informações são de especialistas ouvidos pelo Instituto Combustível Legal para esta matéria especial sobre etanol.
GNV
O gás natural veicular (GNV) vem de uma mistura de compostos encontrados em rochas do subsolo, em geral acompanhados de petróleo. Sua queima é uma das mais limpas entre os combustíveis para veículos e isso ajuda muito a melhorar o ar das cidades. Seu uso tem vantagens e desvantagens.
Uma das vantagens mais conhecidas é o bom rendimento por quilômetro rodado. Mas na hora de optar pela conversão é preciso observar que o GNV reduz a força do motor. Sendo assim, carros com menor potência, como os modelos 1.0, podem sofrer sensivelmente nesse quesito. Veja se vale a pena optar pelo gás.
Diesel
“O diesel foi introduzido no Brasil em 1956 e rapidamente se transformou em sinônimo de combustível de veículos de carga. O diesel original era o S 1800, com 1.800 partículas (de enxofre) por milhão, que poluía muito mais. Hoje em dia, o diesel usado nas cidades é o S 10: significa que o diesel tem dez partes de enxofre por milhão”, explica o especialista Marcellus Leitão.
O enxofre, destaca ele, é um produto poluente e cancerígeno. Por isso, houve a preocupação de reduzir sua presença no diesel com o passar dos anos. O Brasil é hoje um dos poucos países do mundo em que o diesel é proibido em seu uso convencional, permitido apenas para utilitários, SUVs, ônibus e caminhões.
Conheça cada tipo de diesel:
Óleo diesel A: proveniente do refino de petróleo e do processamento de gás natural, sem adição de biodiesel.
Óleo diesel B: obtido a partir da adição de biodiesel ao óleo diesel A.
Diesel S-10: Atende às mais recentes tecnologias de desenvolvimento de motores e controle de emissão de poluentes, ajudando a preservar o meio ambiente e a qualidade do ar que respiramos. O Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotivos determinou que veículos produzidos a partir de 1º de janeiro de 2012 fossem equipados com motores do tipo Euro 5, que foram disponibilizados com duas tecnologias: EGR (frota leve) ou SCR (frota pesada).
Em 2013, o diesel S10 começou a substituir o S50.
Diesel S500: não serve para uso rodoviário. Reservado aos motores fabricados antes de 2012.
Diesel S1800: seu uso é reservado para geração de energia (usinas termelétricas), transporte ferroviário e mineração a céu aberto.
Diesel Marítimo – destinado a atender embarcações.
Diesel aditivado
Contém detergentes e dispersantes que diluem os depósitos e limpam o motor, além de antioxidantes que preservam o combustível do estresse térmico. Saiba mais.
Biodiesel
É um combustível produzido a partir de matérias vegetais, como soja, mamona, babaçu, girassol e amendoim; ou animais, como sebo bovino, suíno ou de aves. Pode substituir o diesel mineral, sendo utilizado parcialmente em motores de caminhões, ônibus e pick-ups. É uma fonte de energia não tóxica e não agride o meio ambiente.
No dia 12 de julho, o Governo Federal voltou a mudar o teor da mistura de biodiesel no diesel vendido nos postos. A porcentagem obrigatória caiu de 13% para 12%.
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Do S1800 ao S10: conheça a história da evolução do diesel
Energia elétrica
Carros elétricos são movidos apenas por baterias, carregadas pela rede elétrica doméstica ou por uma estação especial. Não possuem tanque de combustível, não emitem gases poluentes. Ainda pouco comuns no Brasil, devido ao alto preço, e ausência de redes para abastecimento.
Energia elétrica + combustível
Os carros híbridos são aqueles movidos tanto por combustível, quanto por eletricidade. Seu uso está aumentando no Brasil, apesar do preço elevado, em comparação com os carros com motor a combustão.
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* As especificações sobre diesel contêm informações da Ipiranga e da Petrobras