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‘O consumidor em primeiro lugar’: Saiba como escapar dos combustíveis de má qualidade e abastecer de forma segura

Publicado em 29/03/2021 por Alessandra de Paula

Preço não é tudo, ainda mais na hora de abastecer o veículo! Lembre-se de que o barato pode sair muito caro, por isso os consumidores devem ficar bem atentos. Desconfiar de promoções mirabolantes e escolher postos de confiança fazem toda a diferença.

Na terceira e última reportagem especial da série “O consumidor em primeiro lugar”, o Instituto Combustível Legal (ICL) aponta algumas dicas valiosas para que você possa abastecer com mais segurança e mostra como grandes empresas do setor atuam para garantir a qualidade do combustível.

Dicas para um abastecimento mais seguro

Se vai abastecer, não custa nada ficar atento para alguns pontos que vão lhe garantir mais tranquilidade. Recentemente, o ICL publicou oito dicas para fugir do combustível batizado. Abaixo, um checklist básico do que você pode fazer ao abastecer. Vamos a ele:

> Preço muito baixo pode ser cilada

Como citamos no começo da matéria, fuja de postos com promoções mirabolantes, que praticam preços muito abaixo do mercado. Desconfie, pois o barato pode sair caro, já que um combustível de má qualidade pode danificar seriamente diferentes peças do motor! Assista ao vídeo e entenda.

> Exija a nota fiscal

A regra é clara: se você não exigir a nota fiscal, não vai conseguir denunciar o posto caso tenha sido vítima de fraude.

> Confiança é tudo!  

Se o posto não possui marca que você conhece, pesquise bem antes de abastecer e, novamente, não se baseie somente pelo preço. Nesse caso, uma dica é verificar a empresa que fornece o combustível ao posto. Essa informação deve estar estampada em cada bomba.

> Não compre gato por lebre

Na primeira parte da série “O consumidor em primeiro lugar”, destacamos o problema dos postos clone, aqueles que utilizam da comunicação visual de marcas conhecidas para ludibriar o consumidor. Sendo assim, ao abastecer, preste bem atenção à manifestação visual do posto para não ser enganado.

É seu direito exigir testes no posto. Se desconfiar, denuncie!

Você sabia que solicitar o teste do combustível no posto é um direito seu? O ICL publicou seis testes que o consumidor pode exigir ao abastecer. No caso da gasolina, o teste da proveta permite saber se esse combustível tem, realmente, os 27% de etanol obrigatórios por lei. Se achar que entrou menos combustível no tanque do que você pagou, um teste de vazão pode ser solicitado. Nesse caso, é usado um recipiente com medida padrão de 20 litros aferido e lacrado pelo Inmetro. Como resultado, poderá haver variação máxima de 100 ml para mais, ou 60 ml para menos. E no caso da nova gasolina em especial, pode ser solicitado o teste do densímetro e o combustível deve estar com densidade superior a 715 mg.

VÍDEO: confira como funciona o teste que identifica o percentual de etanol na gasolina

Se após o teste solicitado, você constatar que foi enganado ao abastecer, saiba que é o seu direito reclamar. E isso pode ser feito por meio de denúncia aos órgãos competentes. Para isso, o Instituto Combustível Legal possui a seção Denuncie, que facilita encontrar na sua região o órgão competente para a denúncia que deseja realizar. Acesse e escolha o tipo de irregularidade que foi vítima, ou presenciou, e faça valer os seus direitos.

Apostar na qualidade do produto é o melhor caminho

Não é à toa que os postos clones apostam em imitar a comunicação visual de marcas conhecidas e de confiança do consumidor. Empresas tradicionais, como BR Distribuidora, Ipiranga e Raízen (licenciada da marca Shell no Brasil), realizam um monitoramento rigoroso dos produtos para cumprir as especificações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

De acordo com Ricardo França Nunes de Rocha, coordenador técnico de combustíveis da Ipiranga, a empresa segue a Resolução ANP 09/2007, que trata justamente do controle da qualidade do combustível automotivo líquido adquirido pelo revendedor varejista para comercialização. “Além disso, realizamos testes como teor de biodiesel no diesel, pH do etanol e ponto de fulgor do diesel”, explica o coordenador.

Caso se perceba alguma variação no produto, é muito mais rápido detectar o problema e a fonte causadora em postos que investem em controle de qualidade, explica Gilberto Pose, coordenador de Produtos da Raízen. Ele destaca que a Raízen mantém uma política de qualidade abrangente, que visa a reforçar e a propagar as boas práticas adotadas nos terminais de distribuição da empresa.

“A Raízen utiliza equipamentos de medição, como termômetros, densímetros, condutivímetros e pHmetros para verificar a qualidade dos produtos comercializados e atestar a conformidade dos combustíveis presentes nos mais de 6.400 postos da marca Shell.”, completa Pose.

A Petrobras também possui um programa de qualidade, o de Olho no Combustível. Desde 1996, o programa percorre os postos BR com laboratórios móveis, realizando análises de combustíveis em campo, além de capacitar os responsáveis não só pela comercialização dos produtos, mas também pelo recebimento, manuseio e armazenagem dos combustíveis.

ICL e o programa Cliente Misterioso

O Instituto Combustível Legal, atento aos problemas no mercado e buscando soluções, criou em 2016 o programa Cliente Misterioso, que consiste em ações de fiscalização em postos, realizadas com veículos descaracterizados e equipados com sistemas específicos de coleta.

Como os veículos utilizados para fiscalização são obrigados a ostentar identificação, os fraudadores davam um ‘jeitinho’ de escapar do flagrante. O ICL percebeu a necessidade de criar uma dinâmica de fiscalização preventiva, chegando no posto com um veículo descaracterizado. Assim, surgiu o Cliente Misterioso

O objetivo é simular um abastecimento como outro qualquer, igual ao realizado por um cliente comum, entretanto, coletando material para análise do combustível vendido no posto. O programa tem sido essencial na identificação preliminar dos fraudadores, otimizando ações dos principais órgãos de fiscalização e garantindo, desta forma, maior assertividade para o combate ao mercado irregular.

De acordo com Carlo Faccio, diretor do ICL, o programa foi criado após diversas denúncias de postos que cometiam irregularidades de qualidade e quantidade dos produtos. “Como os veículos utilizados para fiscalização são obrigados a ostentar identificação, os fraudadores davam um ‘jeitinho’ de escapar do flagrante. O ICL percebeu a necessidade de criar uma dinâmica de fiscalização preventiva, chegando no posto com um veículo descaracterizado. Assim, surgiu o Cliente Misterioso”, explicou.

É importante que o consumidor tenha consciência sobre os danos que um combustível de má qualidade pode causar no veículo. O gasto na oficina pode chegar a mais de R$ 4.000,00, nos casos dos carros importados, e de R$600,00 nos nacionais. Confira no vídeo abaixo os principais prejuízos causados ao motor e lembre-se: se for vítima de fraude, denuncie!

VÍDEO: Combustível adulterado: quais prejuízos no seu carro? Por Marcellus Leitão

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