Combate à bomba fraudada: novas soluções tecnológicas prometem trazer mais segurança ao abastecimento
Publicado em 22/04/2021 por Alessandra de PaulaO mercado de combustíveis enfrenta um problema grave e recorrente: as fraudes nas bombas de abastecimento dos postos, que causam prejuízos para os consumidores e para os empresários honestos. Com o objetivo de combater esse crime, o Instituto Combustível Legal, a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), a Federação Brasilcom e o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro) têm trabalhado, com a ajuda de novas tecnologias, para tornar os equipamentos ainda mais seguros.
Hoje, todo desenvolvimento de segurança e todo o arcabouço de proteção são feitos pelo próprio fabricante, ou seja, a gente tem que ter fé total em quem fabrica as bombas
O consultor técnico José Carlos da Silva, especialista em tecnologia de segurança da Cermob, que também participa do projeto, falou sobre a nova solução tecnológica proposta pelas entidades.
“Hoje, todo desenvolvimento de segurança e todo o arcabouço de proteção são feitos pelo próprio fabricante, ou seja, a gente tem que ter fé total em quem fabrica as bombas. Mas a cadeia de fabricação é muito extensa. Atrás do fabricante final, tem ‘n’ terceiros que trabalham – como garantir a segurança na cadeia? Por isso que apresentamos uma nova solução tecnológica, um sistema de segurança criptográfica com certificação digital para as bombas de combustíveis, alinhado às boas práticas internacionais e que, ao mesmo tempo, agrega uma inteligência de dados que torna a fiscalização pelos órgãos fiscalizadores [Secretarias da Fazenda, Inmetro, ANP e Ipem] mais assertiva e eficiente”, ressaltou Silva.
A nova tecnologia proposta é robusta e permite uma ampla integração com diferentes fabricantes de equipamentos
Em janeiro, o novo sistema foi apresentado ao Inmetro e, de acordo com informações da assessoria de comunicação da instituição, em breve, o órgão se manifestará por meio de nota técnica.
De acordo com Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis, a maior preocupação é combater as fraudes volumétricas do setor.
“A nova tecnologia proposta é robusta e permite uma ampla integração com diferentes fabricantes de equipamentos”, completou.
Segundo o diretor geral do Instituto Combustível Legal, Carlo Rodrigo Faccio, “a nova bomba é uma exigência do mercado, garantindo abastecimentos seguros quanto à quantidade”. Além de atender às expectativas da sociedade, ela possibilitará que o consumidor receba as informações do seu abastecimento diretamente no celular, em tempo real.
“É a tecnologia a serviço da sociedade para garantir maior eficiência aos órgãos de fiscalização”, conclui Faccio.
Sistema de recuperação de vapores em discussão
A liberação de gases no trajeto que a gasolina percorre entre a bomba e o tanque do veículo é outra questão que preocupa o setor. Os vapores causam impacto não só no meio ambiente, mas na saúde dos frentistas. No que diz respeito ao sistema de recuperação de vapores, a Fecombustíveis está aguardando revisão junto ao Ministério da Economia, pois está em andamento um trabalho técnico do Fundacentro sobre o assunto. Portanto, a Fecombustíveis só poderá se pronunciar após análise do estudo, de acordo com informações da assessoria de imprensa da instituição.
Já o Inmetro se posicionou no sentido de que a exigência foge às competências regulatórias do Instituto e, portanto, essa obrigação será retirada do regulamento. Vale informar que isso não altera as determinações da Secretaria do Trabalho do Ministério da Economia, que tem competência legal sobre a matéria. A revisão da portaria será feita oportunamente de forma que não afete as aprovações de modelo, segundo a assessoria de imprensa do ministério.
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