Semana do Consumidor: ICL alerta para sintomas do combustível adulterado e orienta motoristas a evitar promoções suspeitas
Publicado em 13/03/2024 por Andre LunesNa semana do consumidor, o Instituto Combustível Legal (ICL) traz um assunto importante para ajudar motoristas a detectar se foram vítimas de algum tipo de golpe ao abastecer: quais sinais um combustível adulterado pode causar no veículo?
Assim como a ingestão de um alimento estragado, ou de procedência duvidosa, pode causar sérios danos à saúde, abastecer com combustível de má qualidade, ou adulterado, coloca em risco não só o bom funcionamento do veículo, mas também a segurança do condutor e passageiros. Dependendo do tipo de adulteração do qual foi vítima, é difícil detectar, em um curto período de tempo, certos sintomas, como mostraremos a seguir.
Sendo assim, ao abastecer, peça sempre a nota fiscal, pois ela é a garantia dos seus diretos na hora de fazer sua denúncia (confira cinco bons motivos para pedir a nota fiscal ao abastecer), e procure postos de marcas conhecidas e de credibilidade.
1) Consumo excessivo de combustível
Algumas Fraudes são mais difíceis de serem detectadas se o consumidor não conhecer o tamanho do tanque do seu veículo e não ficar atento ao processo de abastecimento. É o caso da bomba fraudada, quando a pessoa recebe menos combustível do que pagou, ou adulteração da gasolina por excesso de etanol. Por lei, a gasolina do tipo C, vendida ao consumidor, deve conter 27% de etanol na mistura (sendo 25% para gasolina premium). Há situações em que a fiscalização encontra postos vendendo gasolina com mais 80% de etanol na mistura.
Tanto na bomba fraudada, quanto na gasolina batizada, ou misturada com excesso de etanol, o veículo apresentará um consumo maior de combustível. Pensando nisso, o ICL criou uma planilha dinâmica de abastecimento, que ajuda a observar não só a autonomia do veículo, mas também se você está abastecendo com produto de qualidade e na quantidade exata.
E caso desconfie na hora de abastecer, é seu direito solicitar o teste de vazão no posto, em que é utilizada uma medida-padrão de 20 litros aferida pelo Inmetro. A diferença máxima permitida por lei é de 100 ml para mais, ou 60 ml para menos.
2) Dificuldade na hora da partida a frio
Se as velas de ignição do seu veículo estão em boas condições e você, de repente, passa a ter dificuldades para ligá-lo na partida a frio, principalmente no inverno, um dos motivos pode ser gasolina adulterada. Existem algumas explicações para isso. No caso da gasolina batizada, o excesso de etanol, combustível com baixo poder térmico, dificulta a partida a frio do motor nos carros flex. Há outras situações, em que alguma substância adicionada ao combustível possa impedir a formação de vapores leves, o que também dificultará o motor frio a ligar.
3) Luz da injeção acesa no painel
A luz da injeção eletrônica quando acesa pode ser um sinal de alerta para diferentes problemas. Mas se você acabou de abastecer e a luz acendeu, cuidado, pois pode ser um forte indicativo de combustível adulterado ou batizado. Nesse caso, busque um posto de confiança e reabasteça para verificar se a luz do painel apaga. Caso contrário, procure uma oficina mecânica especializada e investigue o problema.
4) Combustível com forte odor
Se após abastecer, você perceber cheiro forte de combustível no ambiente e irritação nos olhos, ou dores de cabeça, atenção! Esses sinais indicam que o etanol ou a gasolina do seu carro podem estar adulterados por metanol. A substância química, restrita ao uso industrial, é extremamente perigosa para a saúde e está na mira da fiscalização. Além disso, outro risco relacionado ao uso de metanol é o seu alto potencial para queimar e até provocar explosões. E um fato curioso é que sua chama é invisível.
5) Óleo do motor contaminado
É preciso ter em mente que o combustível batizado pode conter diferentes tipos de contaminantes, desde água, metanol e solvente de borracha. Os substratos das reações químicas da queima desse combustível adulterado reagem e afetam os aditivos do óleo do motor, reduzindo, assim, sua capacidade lubrificante.
Os aditivos que fazem parte da formulação original dos lubrificantes são de extrema importância para o bom funcionamento do motor, preservando peças e componentes essenciais. A partir daí, ele começa a funcionar mal e a ter maior desgaste, podendo, até mesmo, quebrar.
6) Formação de borra e carbonização do motor
Além do óleo contaminado, o uso de combustível adulterado permite a formação de borra e a carbonização de partes sensíveis do motor, como cabeçotes, eixo de comando e válvulas. Os bicos de injeção também sofrem nesse processo e podem entupir. Ou seja, todo esse conjunto, que deve estar trabalhando em plena harmonia, acaba desafinando.
Assista: Combustível adulterado: quais prejuízos no seu carro? Por Marcellus Leitão
Achou preço muito atrativo ao abastecer? Acenda o sinal de alerta!
Certamente, você já deve ter ouvido a expressão “o barato pode sair caro”. No caso dos combustíveis, ela faz todo o sentido. Sendo assim, fuja de promoções “imperdíveis”, ou dos aplicativos de comparação de preços, que não levam em consideração algo muito importante: a qualidade e procedência do combustível.
Para não cair na cilada do preço baixo, anote as dicas a seguir:
- Procure abastecer em postos de marcas conhecidas e de grande credibilidade;
- Peça sempre a nota fiscal e documente todo o seu consumo. Isso ajuda na hora de acionar os órgãos de defesa do consumidor e de investigação, como Procons, polícias e Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Baixe a planilha do ICL para auxiliar nesse processo;
- Cuidado com os aplicativos de busca de preço, pois não levam em consideração a qualidade do produto, nem mesmo a reputação do posto; e
- Preço baixo demais, fora da média de mercado, pode ser sinal de posto irregular, que adultera na qualidade e quantidade da gasolina, do etanol ou do diesel.
E caso tenha sido vítima de combustível adulterado, consulte a seção Denuncie do site do Instituto Combustível Legal. Lá, é possível saber, pela sua região e tipo de irregularidade, qual órgão competente acionar.
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