ICL participa do I Foro Internacional Antifraude com líderes de diferentes setores para compartilhar ações de combate ao mercado irregular
Publicado em 01/04/2024 por Alessandra de PaulaO ICL esteve presente no I Foro Internacional Antifraude, realizado nos dias 20 e 21 de março, em Brasília. O evento reuniu mais de 200 participantes, entre autoridades da Justiça e Segurança Pública, além de representantes de empresas de diferentes segmentos. O objetivo foi discutir soluções efetivas e conjuntas contra a ação dos fraudadores.
Emerson Kapaz, presidente do ICL, alertou, durante a abertura do encontro, que o avanço dos tentáculos das organizações criminosas representa um grande risco para o Brasil. Isso se dá, segundo ele, uma vez que o crime criou mecanismos de entrada em diferentes setores econômicos, algo facilitado pela complexidade tributária, provocando concorrência desleal.
“A sonegação no setor de combustíveis chega a R$ 14 bilhões por ano. Fraudes operacionais e adulteração somam mais R$ 15 bilhões
. Ou seja, são quase R$ 30 bilhões que alimentam o crime organizado, aumentando a insegurança”, ressalta o presidente do ICL.
É preciso atenção a preços fora da curva
Kapaz lembrou, ainda, que o consumidor, por muitas vezes, não cria uma conexão entre o combustível mais barato que adquire e o assalto que ele sofre na rua. “Felizmente, os setores resolveram se juntar, e o Foro Internacional Antifraude foi uma ótima oportunidade para isso, para dar um basta. Não podemos permitir que isso continue acontecendo”, lembrou.
Para ex-advogado da União, setor de combustíveis é usado para financiar crime organizado
Segundo explica Antenor Madruga, ex-advogado da União e mestre em Direito Tributário, o I Foro Internacional Antifraude serviu para reconhecer que o problema da fraude não é exclusivo do setor público, ou privado. Para ele, se o objetivo é o combate eficaz às fraudes, esse deve ser encarado como um problema que os setores público e privado não conseguirão resolver sozinhos.
Madruga, que foi um dos mediadores do evento, destaca a necessidade de se levar em consideração o fato do crime de fraude, antes tido como algo esporádico, ou sem violência, ser hoje uma forma de financiamento de organizações criminosas em diversos setores:
“Há muito se sabe que o setor de combustíveis é usado para financiar o crime organizado por meio de fraudes do produto. Há também as fraudes das pessoas jurídicas, que exploram negócios relacionados aos combustíveis, desde postos de gasolina até estruturas mais sofisticadas
. Existem também pessoas jurídicas que não pagam tributos, que são constituídas para explorar negócios relacionados ao combustível. Não é só uma questão de sonegação e, consequentemente, de concorrência desleal com quem paga tributos. É um problema de segurança pública que atinge todo o Estado e que deve ser enfrentado com a urgência que o tema necessita. Todos os setores podem se ajudar no combate à fraude. O I Foro Internacional Antifraude foi um sucesso e daqui já saíram e vão sair iniciativas que podem fazer a diferença”, frisou.
Diretor do ICL destaca troca de informações e experiências como ponto alto do encontro
Carlo Faccio, diretor do ICL, também ressaltou a importância do evento, principalmente no que diz respeito à troca de informações e dados entre diferentes setores:
“O evento contou com vários painéis e salas, sendo um deles específico para o setor de combustíveis, com 40 convidados de várias regiões, que puderam expor temas relevantes. Ficou clara a necessidade de implementação do conceito do ‘follow the money’, ou seja, seguir o dinheiro, em especial no que diz respeito a transações bancárias, pois os criminosos constantemente se utilizam do setor para ‘lavagem’ de dinheiro
. Foi um importante passo que formalizou um pacto de integração e relacionamento entre os setores público e privado, dando visibilidade aos problemas que assolam diferentes setores, já se preparando aos futuros desdobramentos para combater essas práticas ilícitas”, completou.
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