Futuro da transição energética no setor de transportes é discutido em evento promovido pelo IBP
Publicado em 13/06/2024 por Alessandra de PaulaOs desafios da transição energética foram destaque no ESG Energia e Negócios, realizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). O evento aconteceu nos dias 27 e 28 de maio, no Rio de Janeiro, e contou com um importante painel sobre a descarbonização no setor de transportes.
Participaram do debate Luciano Correa Libório, gerente de Relações Externas e Mercado de Combustíveis e Energia da Raízen; Rafael Luchini Alves Costa, gerente executivo de Relações Institucionais e Governamentais do Grupo Ultra; Rodrigo Herve Quaranta, coordenador de Assuntos Regulatórios em Biocombustíveis da Petrobras; e Daniel Maia, diretor técnico da ANP.
A mediação ficou por conta de Valéria Lima, diretora executiva de Downstream do IBP, que fez um apelo contundente pela aprovação imediata do Projeto de Lei nº 528 no Senado, conhecido como Combustível do Futuro. “Consideramos que deve ser analisado e aprovado antes do recesso parlamentar”, afirmou Lima, destacando que a aprovação da legislação abrirá espaço para novas rotas de produção de biocombustíveis, crucial para a descarbonização do setor de transportes.
Rafael Luchini Alves Costa reiterou a complexidade da transição energética. “Não há uma solução única para substituir o consumo de combustíveis fósseis e isso não ocorrerá no curto prazo”, destacou o gerente executivo do Grupo Ultra, enfatizando que a transição será gradual e dependendo de cada modal.
De acordo com ele, o Brasil tem 48% de energia renovável, um número expressivo, tendo em vista que, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 89% da energia mundial não é renovável. Ainda segundo o executivo, 25% da nossa matriz energética nos transportes é proveniente de biocombustível.
Apesar dos avanços, Costa lembrou que fraudes e sonegação ainda são problemas graves a serem enfrentados no setor. “Não existe transição energética no mercado irregular”, frisou.
Raízen: R$ 24 bilhões investidos em etanol de segunda geração
A Raízen, uma das principais empresas do setor, está na vanguarda dos investimentos em biocombustíveis. Luciano Correa anunciou que a companhia está investindo R$ 24 bilhões em etanol de segunda geração para exportação e produção de combustível sustentável de aviação (SAF). “Acreditamos em um mosaico de soluções para a transição energética”, declarou Correa, destacando a importância de diversificação e inovação.
Petrobras: US$ 1,5 bilhão em biorrefino
Rodrigo Herve Quaranta revelou que a Petrobras está desenvolvendo um ambicioso programa de biorrefino de US$ 1,5 bilhão, que inclui a construção de plantas para a produção de óleo vegetal hidrotratado (HVO) e combustível sustentável de aviação (SAF). “O Brasil é uma potência em biocombustível, mas o maior desafio é ter um arcabouço legal e regulatório”, alertou.
Daniel Maia, da ANP, afirmou que o Brasil precisa progredir na aprovação dos marcos regulatórios para hidrogênio verde, eólicas offshore e mercado de crédito de carbono, visando a garantir competitividade no cenário global. Maia também destacou que a agência já lançou um relatório antecipando o marco legal para regulamentar iniciativas nessa área.
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