Bomba de combustível: o que fazer para evitar defeitos nesse componente vital
Publicado em 27/09/2019 por Antonio Carlos TeixeiraUm componente de vital importância para o funcionamento do veículo, a bomba de combustível é a peça responsável por promover o transporte do combustível do tanque para o motor. Ela pode ser mecânica (equipada em veículos mais antigos, alimentados por carburador, por exemplo, ou nos movidos à diesel), ou elétrica (embarcada em veículos modernos, com injeção eletrônica, movidos à gasolina/etanol ou à diesel). A peça faz parte do módulo que inclui a bóia / flutuador para medição do nível de combustível, assegurando o seu correto suprimento para o motor. Mas, independentemente do tipo e modo de funcionamento, quando esse componente apresenta defeitos, ele pode causar perda de potência, ou até a parada completa do motor.
Funcionamento das bombas mecânicas e elétricas
As bombas mecânicas são subdivididas em baixa pressão e alta pressão. Daniel Vasco, gerente de Assistência Técnica do Grupo PSA, explica que as bombas mecânicas de baixa pressão possuem o inconveniente de terem vida útil relativamente baixa, e trabalharem com pouca pressão, o que impede seu uso em sistemas de injeção eletrônica, por exemplo. Já as de alta pressão são utilizadas em motores diesel e, atualmente, também em motores ciclo Otto equipados com sistema de injeção direta. Segundo Vasco, o funcionamento mecânico dessas bombas geralmente é atrelado ao comando de válvulas. “Um eixo giratório comanda um ou vários pistões, que impulsionam o combustível para os injetores a altíssimas pressões, que podem alcançar valores próximos a 2.000 bar”, aponta.
Já com relação às bombas elétricas, o gerente conta que esses dispositivos tiveram seu uso iniciado quase que em conjunto com os primeiros sistemas de injeção eletrônica, e equipam quase que a totalidade dos veículos produzidos nos dias de hoje, sejam a diesel, ou à gasolina e etanol. “Funciona por meio de corrente elétrica. Quando comandada pelo módulo de injeção eletrônica, a bomba impulsiona o combustível através de um pequeno rotor que, por meio de turbilhonamento, envia o combustível do tanque até a rampa dos injetores de combustível. Este sistema trabalha com pressões baixas, que oscilam de três a cinco bar, podendo chegar a oito bar em motores a diesel”, explica.
Combustível de má qualidade: riscos de defeitos em série
Mas quais são as principais causas de defeitos que essa peça pode apresentar? Respondendo a essa pergunta, Ricardo Abe, gerente Sênior de Engenharia de Produto da Nissan do Brasil, diz que as principais causas são relacionadas à qualidade do combustível, que inclui adulteração por adição de solventes, ou água, e contaminação por material particulado. “Com isso, pode apresentar desgaste prematuro das escovas, corrosão do rotor, ataque químico do flutuador, ou obstrução do sistema de combustível”, elenca. Mas os riscos ao desempenho do carro podem se tornar ainda maiores, uma vez que tais anomalias são capazes de provocar o surgimento de defeitos em série no veículo. “Podem aparecer problemas como perda de potência do motor, falhas de funcionamento, aumento na emissão de poluentes, destruição do elemento catalítico do sistema de exaustão, acendimento de alertas de anomalia no painel de instrumentos, parada total de funcionamento do motor e marcação incorreta do nível de combustível no painel de instrumentos”, enumera Daniel Vasco.
Outra questão relacionada ao desempenho da bomba são aspectos associados à sua duração e lubrificação quando utilizada em combustíveis separados, como gasolina e etanol, ou misturados. Segundo o especialista do Grupo PSA, é sabido que o etanol possui água em sua composição, “o que, por si só, é prejudicial à durabilidade da bomba de combustível, sobretudo as do tipo elétrica”. Entretanto, ressalta Vasco, tais componentes, “há muitos anos”, recebem tratamentos específicos durante a sua fabricação que garantem resistência ao contato com a água presente no etanol. “Sendo assim, podemos afirmar que a durabilidade e os cuidados para o bom funcionamento da bomba de combustível são os mesmos para ambos os combustíveis ou a mistura dos dois em qualquer proporção”, assegura.
Prevenção contra defeitos e manutenção
Daniel Vasco ressalta, também, outros cuidados a serem tomados para evitar defeitos na peça: “evitar ao máximo rodar com o veículo com nível de combustível baixo, já que o combustível, além de lubrificar, também arrefece a bomba; substituir o filtro de combustível dentro dos períodos estipulados pelo fabricante do veículo, seja por tempo, seja por quilometragem; e não utilizar nenhum tipo de bloqueador antifurto atrelado à bomba de combustível.”
Quanto aos prazos de manutenção da peça, Ricardo Abe diz que a bomba de combustível possui uma validade específica, de acordo com as normas de desenvolvimento do produto de cada montadora. “Deve-se seguir a recomendação do fabricante do veículo quanto à periodicidade de manutenção, trocas dos filtros e abastecimento em postos de confiança”, orienta.
Neste sentido, é muito importante que os proprietários fiquem atentos às recomendações para evitar danos em seus veículos, incluído sua manutenção periódica de acordo com o manual do fabricante, buscando sempre o atendimento especializado em caso de problema técnico.
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