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Aumento do teor de biodiesel no diesel: IBP defende realização de testes que validem performance dos novos teores do biocombustível

Publicado em 15/05/2023 por Alessandra de Paula

Desde o dia 1º de abril, a mistura mínima de biodiesel no diesel passou de 10% para 12%, conforme aprovado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em 17 de fevereiro. O cronograma de aumentos graduais do conselho prevê que a mistura deve chegar a 15% até 2026.  

Essa é uma decisão que vem preocupando o mercado, uma vez que o acréscimo de um percentual maior de biodiesel ao diesel pode implicar em maiores gastos com a manutenção de caminhões devido à formação de borra nos tanques. Existem, ainda, riscos para a qualidade do combustível, além do aumento de custo do produto.  

Para entender melhor a respeito dessa importante mudança para o setor, o Instituto Combustível Legal (ICL) traz a visão de diferentes entidades sobre o assunto. Abrindo a série, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) destaca a importância de avançar nas discussões envolvendo os biocombustíveis, mas defende a realização de testes que validem a performance dos novos teores de biodiesel ao longo de toda a cadeia, e em compatibilidade com a evolução tecnológica dos motores e redução das emissões. Confira, a seguir, na íntegra a posição do IBP: 

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) acredita no protagonismo brasileiro no uso da biomassa e no papel central dos biocombustíveis na descarbonização da matriz de transportes do país diante dos desafios da transição energética. O desenvolvimento tecnológico desse setor e o consequente advento de produtos avançados deve ocorrer com o devido rigor técnico visando à utilização segura em diferentes aplicações. 

Entre 2019 e 2021, quando o teor de mistura ultrapassou 10%, foram reportadas diversas ocorrências como quebra e parada de equipamentos, aumento de manutenção corretiva, aumento no número de troca de elementos filtrantes, redução da performance dos veículos, assim como formação de resíduos em tanques e bombas de abastecimento de diesel. Tais eventos foram atribuídos ao biodiesel, considerando que as reclamações se intensificaram junto ao aumento do percentual da mistura, que chegou a 13% em 2021. 

A ANP já deu importante passo publicando novas especificações ao biodiesel – especialmente após a recente decisão do Conselho Nacional de Política Energética(CNPE) em elevar o teor de mistura para 12%, a partir de 1 de abril de 2023. A expectativa é que os problemas relatados no passado sejam minimizados com a entrada em vigor dos novos parâmetros de qualidade do produto. 

Outro ponto importante deliberado pelo CNPE foi a definição de um cronograma de alteração da mistura de biodiesel no diesel até 2025, o que confere previsibilidade para os agentes envolvidos, permite o planejamento logístico adequado e traz segurança para investimentos. 

Entretanto, temos que avançar. O reconhecimento de novos biocombustíveis para o ciclo diesel no mandato de mistura compulsória, como o diesel verde (HVO) e a parcela renovável do diesel de coprocessamento – de forma complementar ao biodiesel de base éster utilizado atualmente – promoverá a diversificação de fontes, fomentando a competição, inovação e maior eficiência no setor, com impacto positivo na oferta e qualidade dos produtos comercializados, sem contar a geração de mais empregos e renda. 

Por fim, considerando que iniciamos, em janeiro de 2023, nova fase do programa de redução de emissões, PROCONVE 8, o IBP defende a realização de testes que validem a performance dos novos teores de biodiesel, de acordo com as novas especificações, ao longo de toda a cadeia e em compatibilidade com a evolução tecnológica dos motores e as metas governamentais de redução das emissões 

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