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Para combater fraudes eletrônicas envolvendo Arla 32, PRF adota tecnologia que analisa histórico do veículo 

Publicado em 20/08/2024 por Alessandra de Paula

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) é reconhecida por realizar um importante trabalho de fiscalização e combate a fraudes que envolvem o Agente Redutor Líquido Automotivo, conhecido como Arla 32. Fabricado para reduzir a emissão de poluentes do ar, o reagente químico transforma óxidos de nitrogênio em vapor de água e nitrogênio, que é um gás inerte na atmosfera. 

Além das fraudes envolvendo adulteração do Arla 32, com aditivos proibidos, como água e uréia de baixa pureza, existem também as fraudes eletrônicas para que o veículo funcione “normalmente” sem o reagente. Para coibir essa prática, a PRF está adotando um novo método para justamente detectar alterações no sistema eletrônico dos caminhões, como explica Marcos Prado, diretor operacional da PRF/RJ.  

“As adulterações eletrônicas são muito graves, porque existe um dolo, uma intenção de burlar o sistema, por isso, estamos adotando um software leitor do OBD [sistema eletrônico que já vem embarcado nos veículos], verificando se houve algum tipo de adulteração no sistema e analisando se os componentes estão funcionando conforme a descrição de fábrica”, explicou o diretor.  

Nova tecnologia permite análise detalhada do veículo 

De acordo com Camila Bueno, coordenadora do Grupo de Enfrentamento aos Crimes Ambientais da PRF, a fiscalização esbarra algumas vezes na legislação, uma vez que a resolução nº958 do CONTRAN determina que só é possível autuar o veículo, e consequentemente imputar crime, no caso poluição (Art. 54) da lei de crime ambiental, se ficar provada a falha no veículo.  

“Segundo a instrução normativa do Ibama nº 04/ 2010, o veículo só pode emitir dióxido de nitrogênio 2g por kilowatts/ hora, ou seja, quando o diesel está queimando, e ele encontra com o Arla, vai fazer toda uma reação com óxido de nitrogênio, liberando só nitrogênio e água, por isso que ele é um composto que faz diminuir a poluição” explica Bueno. 

Ela complementa lembrando que quando o nível de óxido de nitrogênio aumenta, é por que não está sendo feita a queima corretamente. “E aí chega um momento que quando alcança 3,5, acende uma luz [no painel do veículo], que é chamada de LIN. Essa luz já é um indicativo que o sistema está com problema. Aí, voltamos na questão da legislação: só conseguimos aplicar a multa e comprovar se a luz estiver acesa há mais de 48 horas de funcionamento do motor. E isso, em quase 90% dos veículos, a gente não consegue provar, porque não mostram a quantidade de horas para gente. Só um leitor de OBD consegue fazer a leitura das informações armazenadas no computador de bordo do veículo”, destaca a coordenadora.  

O uso do OBD está regulamentado na resolução nº 958/2022, além disso, existem duas resoluções normativas do IBAMA – 04/10 e 20/20 – que regulamentam o sistema eletrônico.  

De acordo com a coordenadora, a PRF levou a demanda para a associação de engenheiros automotivos e para montadoras, que desenvolveram um software específico que ajudasse a comprovar se o sistema do veículo está deficiente há mais de 48 horas.  

Segundo Bueno, São Paulo é o único estado que já está usando o software leitor de OBD, e o número de crimes comprovados tem aumentado.   

“O combate à poluição é um eixo importante da fiscalização da PRF e o desafio é treinar nossos policiais e equipá-los para que a gente possa detectar as fraudes”, completou Prado. 

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