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Médico toxicologista alerta para alta toxicidade do metanol, produto que vem sendo utilizado para adulterar combustíveis em todo o país

Publicado em 07/08/2023 por Alessandra de Paula

O número de casos envolvendo adulteração de combustíveis com metanol está aumentando de forma alarmante em todo o país (confira os casos mais recentes), e isso representa um agravante ainda maior, uma vez que o produto é altamente tóxico, podendo causar graves danos à saúde e até mesmo a morte.  

Para entender melhor sobre como se prevenir e buscar ajuda em caso de intoxicação, o Instituto Combustível Legal (ICL) conversou com o médico Flavio Zambrone, especialista em Toxicologia e Doutor em Saúde Pública pela Unicamp e em Toxicologia Clínica e Farmacologia pela Universidade de Paris. 

Zambrone, que foi professor da Faculdade de Medicina da Unicamp durante 25 anos, explica que o metanol, quando ingerido ou inalado, ou mesmo absorvido pela pele, pode provocar, inicialmente, distúrbios gastrointestinais, evoluindo para problemas neurológicos importantes, como perda da visão, devido à destruição do nervo ótico, câncer e morte.  

Ele relembra um caso que aconteceu na Bahia, no final da década de 90, onde 35 pessoas morreram após ingerirem aguardente com metanol em uma festa 

Outro caso, mais recente, ocorreu em 2022, em Bogotá, na Colômbia, onde 16 pessoas morreram intoxicadas após ingerirem bebida adulterada com metanol. 

Atenção à intoxicação por metanol ao abastecer 

No setor de combustíveis, os efeitos da exposição prolongada ao metanol costumam aparecer em médio e longo prazos, devido à baixa dosagem do produto, mas podem provocar danos ao longo do tempo que passam despercebidos. Por isso, aponta o especialista, é importante a conscientização, inclusive dos médicos do trabalho e do sistema de saúde. 

“O combustível adulterado afeta uma série de pessoas, incluindo os frentistas, os motoristas, sendo um problema de saúde pública. Existe legislação que proíbe o uso de metanol, no entanto, é um crime difícil de ser identificado, mas que deveria ser combatido devido aos riscos para a saúde e o custo que isso acarreta para o estado com o tratamento, além do custo para o futuro dessas pessoas. Seria importante fazer campanhas e alertas para a sociedade”, ressaltou.  

E o risco vai além do posto! De acordo com o médico, quando, no tanque de combustível, o metanol começa a queimar, diferente do etanol, o produto libera formaldeído, que é cancerígeno. Ou seja, as pessoas que estão nas ruas também estão expostas ao perigo. Quando inalado, o metanol provoca tonteira, sensação de vertigem, dor de cabeça, náusea e vômito.  

O que fazer para evitar intoxicação 

De acordo com Dr. Zambrone, o melhor tratamento sempre é a prevenção, mas no caso dos frentistas, é mais complicado devido ao trabalho diário. De qualquer forma, ele orienta para que seja evitada a inalação e, se o combustível cair sobre a pele, lavar rapidamente o local afetado com água e sabão. Em casos mais graves, o melhor a ser feito é solicitar socorro médico e aguardar.  

“A exposição crônica não tem tratamento específico. Infelizmente, muitas vezes não há como reverter o quadro”, destacou o médico, que afirma já ter atendido pacientes que morreram por intoxicação com metanol. 

Confira a galeria com os sintomas que o metanol pode causar

 

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