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Desconfiou da qualidade do combustível? Confira seis testes que os postos têm obrigação de fazer na hora da compra

Publicado em 15/11/2021 por Jean Souza

Sabia que, ao abastecer, você pode exigir que o posto faça testes de qualidade e quantidade do combustível vendido? Caso desconfie de irregularidades, lembre-se que a lei determina que os estabelecimentos verifiquem, no ato da compra, a qualidade da gasolina, do etanol hidratado e do diesel.

Conforme destaca Eduardo Buarque de Alcazar, analista sênior de Produtos e Marcas da BR Distribuidora, o posto que se nega a fazer a testagem está sujeito à multa e autuação pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “Sempre que desconfiar da procedência do combustível, solicitar ao estabelecimento a realização do teste de qualidade, um direito garantido ao consumidor, conforme Resolução da ANP nº 9/2007”, aponta o consultor. Em caso de recusa, a ANP recebe denúncias pelo telefone 0800-970-0267, ou pelo site www.anp.gov.br/fale-conosco.

Agora, confira seis testes que você pode exigir gratuitamente para nunca mais sair desconfiado depois de abastecer!

  1. Teste para verificar aspecto e cor do combustível

Permite que o consumidor avalie uma amostra de gasolina, óleo diesel ou álcool etílico despejado em uma proveta. É importante para checar se o combustível está turvo, ou se tem impurezas. Alcazar lembra que os combustíveis devem ter aspecto límpido e completamente livre de material em suspensão. “O produto não pode apresentar turbidez, pois ela é uma indicadora de possível contaminação com água no diesel e na gasolina”, alerta.

  1. Teste de volume ou de vazão

Caso haja dúvida na quantidade, o especialista ressalta que o consumidor pode solicitar ao posto o teste de vazão, no qual é utilizada uma medida-padrão de 20 litros aferida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). “A diferença máxima permitida é de 100 ml para mais, ou 60 ml para menos, conforme Portaria Inmetro número 294, de 29/06/2018”. Ou seja, é preciso conferir se a régua bate com a quantidade indicada na bomba. Se o medidor do galão mostrar que o limite de 60 mil foi ultrapassado, você pode estar sendo alvo do chamado golpe da bomba baixa. Serve para gasolina, diesel e álcool. 

  1. Teste da proveta

Indica se a quantidade de etanol anidro na gasolina C está de acordo com a legislação. A gasolina comum deve ter 27% de álcool e a premium, 25%.

O funcionário do posto deve misturar, dentro de uma proveta, 50 ml da gasolina e 50 ml de uma solução de água com sal. A mistura fica em repouso por quinze minutos e, em seguida, é feita a leitura do recipiente, por meio da fórmula V = (A x 2) + 1, que verifica se o teor de álcool está dentro do padrão.

  1. Qualidade do etanol: de olho no termodensímetro

 O termodensímetro é um equipamento que deve estar obrigatoriamente afixado às bombas de etanol. O combustível adequado para motores tem que possuir teor alcoólico entre 92,5% e 95,4%. No caso do etanol premium, essa taxa deve ser entre 95,5% e 97,7%. Para saber se está comprando produto de qualidade, observe o nível indicado pela linha vermelha. Ela precisa estar no centro do densímetro, não pode ficar acima da linha do etanol. E repare se o combustível está límpido: ele não pode ter impurezas, coloração laranja, nem azul.

  1. Teste do densímetro para gasolina e diesel

O densímetro é um aparelho de vidro e calibrado. Além dele, também serão usados: proveta de um litro, termômetro de imersão total e uma tabela de conversão das densidades. O teste deve mostrar o valor correto para a massa do combustível a 20ºC. Confira nesta matéria todos os detalhes de como o densímetro deve ser usado.

  1. Teste do densímetro para massa e teor alcoólico do álcool etílico

É parecido com o teste feito para a gasolina e o diesel. O resultado deve mostrar o combustível dentro dos padrões determinados pela tabela de conversão para massa específica a 20ºC e teor alcoólico em °INPM (grau INPM, aferido pelo Instituto Nacional de Pesos e Medidas).

Ao abastecer, escolha sempre postos da sua confiança

Alcazar orienta o consumidor a prestar atenção nos aspectos visuais do combustível. Segundo ele, não é recomendável tentar identificar o produto pelo odor, pois os vapores são nocivos à saúde.

“A melhor coisa a fazer é escolher um posto de confiança, de uma bandeira que tenha zelo pelo nome e garanta a procedência dos produtos que comercializa, de preferência com programa próprio de monitoramento da qualidade”, sugere o analista, lembrando que o consumidor deve sempre duvidar de postos que praticam preços muito abaixo do valor de mercado.

Ele reforça, ainda, que, “juntamente com a fiscalização da ANP, as medidas de monitoramento e controle hoje adotadas pelas principais distribuidoras são suficientes para garantir aos motoristas a qualidade dos produtos comercializados pelas respectivas bandeiras”.

Foi vítima de fraude? Denuncie!

Se após os testes, você constatar que foi enganado ao abastecer, saiba que é o seu direito também reclamar. E isso pode ser feito por meio de denúncia aos órgãos competentes. Pensando em ajudar o consumidor, o Instituto Combustível Legal criou uma nova ferramenta, chamada Denuncie, que facilita encontrar na sua região o órgão competente para a denúncia que deseja realizar. Para isso, basta escolher o tipo de irregularidade do qual foi vítima e a sua localidade. Faça a sua parte e contribua para um mercado mais justo e honesto para todos.

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Conteúdo publicado originalmente em 13 de novembro de 2020.

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