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Autoridades da região Norte investem em bases flutuantes superequipadas para combater piratas que roubam combustível

Publicado em 31/07/2023 por Alessandra de Paula

A pirataria na região Norte do país é um problema grave que tem deixado as autoridades em alerta. Em 2022, cerca de 560 mil litros de diesel foram roubados durante audaciosas ações de criminosos. Em busca de soluções, representantes dos governos municipal, estadual e federal se reúnem semanalmente no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), em Manaus, conforme explica o Coronel Almir Cavalcante: 

“O CICC é um legado da Copa do Mundo de 2014, ligado à Secretaria de Segurança. Nesse espaço, discutimos assuntos inerentes à segurança pública e também relativos ao portfólio de eventos que acontecem anualmente. Já tivemos várias reuniões com representantes do Sindarma, que é o sindicato dos armadores, responsável pelo transporte de combustíveis nas vias hídricas do Amazonas, que sofrem com roubo e furto de combustíveis. Discutimos com os órgãos uma maneira de ajudar e estamos conseguindo dar uma resposta”, explica o coronel. 

Diferente das outras regiões, o transporte de combustíveis no Norte é feito basicamente pelos rios. Outra peculiaridade da região é o uso de termelétricas, abastecidas com óleo diesel, para a geração de energia elétrica. Em caso de roubo ou furto de combustíveis, as cidades literalmente param de funcionar, como explica Cavalcante: 

“Cada atuação dos piratas representa um prejuízo muito grande, pois a maioria dos municípios é abastecida com óleo diesel para gerar energia. O pessoal das embarcações não quer mais fazer o transporte com medo de ser atacado no meio do rio por piratas, medo de serem mortos ou torturados. Já teve troca de tiros e um militar da Marinha veio a óbito”, revela. 

Investimento em bases flutuantes para combater pitaras 

A iniciativa que está tendo resultados práticos no combate à pirataria, servindo de referência para outros estados, é a instalação de bases flutuantes equipadas para combater os criminosos, como a base do Arpão, localizada em um ponto estratégico do Rio Solimões, no município de Coari, a cerca de 350 km de Manaus.  

“Por ser distante do centro urbano de Manaus, os piratas tinham liberdade para agir. Por isso, instalamos a base fluvial naquela região e a incidência de ataques contra barcos praticamente zerou”, revela o militar.  

E a segunda base fluvial já está quase pronta, segundo adianta o coronel: 

“A número 2 deve ser instalada no Rio Negro, outro ponto bastante crítico. E estamos pensando na base número 3, provavelmente no Rio Madeira, onde os incidentes com piratas que roubam e furtam combustíveis são frequentes. A região é mais próxima do Pará e dos municípios de Maués, Parantins e Itacoatiara, onde os criminosos atuam bastante”, frisa.  

Bases fluviais equipadas com forças militares 

Segundo o coronel, as embarcações, no estilo ferry boat, funcionam como se fossem um quartel: 

 “Lá, temos cães farejadores; policiais da Força Nacional; policiais militares da capitania dos portos, tendo em vista que é numa hidrovia, para que eles fiscalizem as documentações; delegacia de polícia civil; lanchas blindadas; armamento pesado, tipo .30; pistolas; drones; tudo que tem dentro de um quartel terrestre, tem nessa base. A diferença é que os militares ficam lá por 20, 30 dias. Na base tem alimentação, hospedagem… Depois o efetivo é trocado”, explicou.  

O objetivo, segundo o coronel Cavalcante, é lançar as bases cada vez mais longe e aumentar a segurança nos rios: 

“A gente não consegue estar em todos os lugares. O estado do Amazonas é grande, o gasto é muito, mas procuramos estar onde os furtos acontecem com mais frequência, no baixo Amazônia. Temos pretensão de construir mais bases fluviais. Vai chegar em um ponto que não vai ocorrer mais esse tipo de incidente em nossos rios, porque estaremos lá, para dar apoio caso as embarcações sejam atacadas”, ressalta.  

Ação também nos postos de combustíveis flutuantes 

De acordo com o coronel, as autoridades atuam ainda na fiscalização de postos de combustíveis flutuantes, chamados de pontões. “Eles ficam no meio do rio, próximos das cidades, para abastecer as embarcações. Esses postos recebem muito combustível ilícito, furtado. As fiscalizações são realizadas para saber se o combustível está documentado e qual é a procedência”, completa.  

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