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Vai de etanol? Só abasteça se o termodensímetro da bomba estiver disponível e funcionando. Fique atento!

Publicado em 31/05/2024 por Duda Kuhnert

Saiba como funciona o equipamento e o que fazer em caso de adulteração

Existem algumas estratégias bem simples para se proteger contra a adulteração de combustíveis e uma delas é mais fácil do que você imagina. Para os motoristas que abastecem seus veículos com etanol, a dica de ouro é observar um dispositivo localizado na lateral das bombas de abastecimento: o termodensímetro. Esse equipamento serve, justamente, para avaliar a qualidade do combustível.

Explicando em miúdos, o termodensímetro é um medidor de densidade do etanol hidratado. Ou seja, ele mostra a densidade correta do combustível que está entrando no tanque do seu veículo. Saiba que a adição ilegal de qualquer substância ao combustível altera a sua densidade, por isso, o equipamento pode apontar uma possível adulteração.

Preste atenção se, durante o abastecimento, o equipamento, que possui um aparato flutuante dentro de uma ampulheta, se mexe. Esse é o sinal de que o combustível está passando por ele naquele momento. Se a coluna vermelha do densímetro estiver acima do nível do líquido, o etanol tem problemas. Nesse caso, interrompa o abastecimento e denuncie o posto.

A haste fina do termodensímetro, de coloração vermelha, tem que estar faceando o nível do combustível ou um pouco abaixo do nível do combustível. Se ela estiver acima, significa que o combustível que está sendo vendido ali pode estar contaminado com água, que é o principal contaminante”, explica o engenheiro mecânico Gilberto Pose.

Vale lembrar que o etanol vendido no posto é do tipo hidratado. Ou seja, contém água. Por especificação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o etanol hidratado tem um limite máximo de presença de água, que é de 5% do volume. Essa quantidade de água provém do próprio processo de produção do etanol. Porém, quando em excesso, a água, por ser mais pesada do que o etanol, torna a mistura mais densa e, assim, o densímetro não consegue penetrar nessa mistura. “Se a linha vermelha estiver acima, está fora de especificação”, relembra Pose.

Quais prejuízos o etanol adulterado pode causar no veículo?

São inúmeros males causados no veículo ao abastecer com um produto fora de conformidade. Um deles pesa no bolso do consumidor, já que a água não tem poder energético. Dessa forma, existe uma perda de desempenho. O veículo não consegue atingir velocidade e rotação adequadas, o que aumenta o consumo, já que o motor perde força, rendimento e eficiência.

Além disso, nem sempre os efeitos no veículo aparecem na hora e podem ser cumulativos, já que a água em excesso no motor pode oxidar componentes importantes. “É uma questão de meio ambiente também, porque, se não tem uma queima completa de combustível dentro do motor, os gases que saem pelo sistema de escapamento podem ser mais danosos”, ressalta o especialista.

Foi vítima de fraude? Denuncie!

Caso seja detectada a adulteração, é recomendado que o consumidor faça uma denúncia formal à ANP, pelo telefone 0800 970 0267 (funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h), ou acesse https://www.gov.br/anp/pt-br/canais_atendimento/fale-conosco.

O site do Instituto Combustível Legal (ICL) também disponibiliza uma seção específica para facilitar a sua denúncia. Visite https://institutocombustivellegal.org.br/denuncie/, selecione o problema que sofreu e sua localidade para ter acesso aos contatos dos órgãos competentes para denunciar.

Contudo, importante ressaltar que nem toda adulteração é necessariamente proposital, podendo ser resultante de contaminação. “Por exemplo, no caso de uma chuva. No piso do posto, você tem as tampas dos tanques que estão enterrados ali. Se uma dessas tampas não estiver bem vedada, é possível ter entrada de água de chuva. Se o revendedor não perceber, ele pode vender um produto contaminado com água sem saber”, lembra Pose.

Fique de olho em outras contaminações

Outro aviso importante é que não é apenas com água que o etanol pode estar batizado. Uma fraude comum é a adição de metanol nos combustíveis, substância altamente tóxica, que só pode ser medido em um teste com reagentes, realizado por um técnico químico. A ANP realiza fiscalizações frequentes, focadas em irregularidades de maior relevância aos consumidores brasileiros. Dentro desse contexto, o termodensímetro é mais uma garantia sobre a qualidade do etanol consumido e um aliado para combater o comércio irregular dos combustíveis.

Assista: Adulterar etanol ainda é comum nos dias de hoje? Especialista responde!

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