Procon SC usa equipamento capaz de identificar combustível adulterado em apenas sete segundos
Publicado em 21/05/2021 por Jean SouzaFotômetro fabricado no Brasil permite descobrir rapidamente alterações no álcool e na gasolina
Um equipamento capaz de verificar, em apenas sete segundos, se o álcool ou a gasolina do carro tem algum tipo de adulteração vem sendo usado em operações do Procon de Santa Catarina junto a postos de combustíveis. Desde o início de 2020, o órgão segue com a operação Bomba Suja, fiscalizando a qualidade dos combustíveis nos postos, funcionamento das bombas e preços praticados.
“Estamos há algum tempo já fiscalizando postos para garantir que o consumidor não venha a ser lesado. Do início de 2020 para cá, oito postos tiveram o alvará de funcionamento suspenso após ação do Procon. Acredito que esse seja nosso papel, defender o direito do consumidor e atuar em defesa do cidadão”, define Tiago Silva Mussi, diretor do Procon SC.
Batizado com o nome de Xerloq, o fotômetro que vem auxiliando a equipe de fiscalização nasceu na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 2014 e hoje é usado, também, em postos revendedores para garantir a qualidade do produto.
Como funciona o equipamento
O fotômetro, cuja tecnologia é exclusiva do Brasil, consegue analisar etanol e gasolina com amostras de apenas 1 mL e informa numa pequena tela se os padrões exigidos em lei foram seguidos. Valter Matos, diretor da Tech Chrom, empresa responsável por licenciar o produto, afirma que a maioria dos compradores é formada por revendedores de combustíveis.
Quando começou a ser desenvolvido, o teor obrigatório de álcool na gasolina era de 20%. Hoje é de até 27%, mas não foi preciso criar uma tecnologia nova. Apenas reprogramaram o equipamento para os novos padrões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Densímetros e provetas permanecem como aliados da fiscalização
Tecnologias como a empregada no Xerloq não impedem que outros equipamentos de fiscalização, ou da checagem de qualidade, já velhos conhecidos do consumidor, continuem em uso. Pelo contrário. Os estabelecimentos revendedores de combustíveis, por lei, precisam ter alguns acessórios para verificação da qualidade do que irá para os tanques e, inclusive, devem realizar testes na hora, caso o consumidor desconfie de algo. São aparelhos de qualidade atestada pelo Inmetro, ou por um Instituto de Pesos e Medidas (Ipem).
E nem sempre é necessário pedir para alguém fazer a análise. É o que explica Luiz Ricardo Riva, sócio-diretor da Rivaterm, fabricante de produtos para verificação de qualidade de combustíveis. O empresário lembra que ao lado das bombas de etanol os postos devem ter um kit com densímetro, de fácil leitura. “Ele já diz, na hora, se o etanol está bom ou ruim”, explica, e orienta que as pessoas fiquem atentas ao equipamento enquanto abastecem.
Ele acredita que as fiscalizações no país ainda acontecem em número insuficiente, com poucos fiscais e muito tempo entre uma operação e outra. “Se tivesse fiscalizações mais constantes, acredito que diminuiriam muito mais os índices que temos de fraudes”, avalia.
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