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Nova gasolina x etanol: relação dos 70% ainda se mantém? Veja o que considerar na hora de abastecer

Publicado em 19/10/2020 por Marcellus Leitão

Se você é dono de um carro equipado com motor flex, certamente já teve dúvidas sobre qual combustível abastecer: gasolina, ou etanol? A questão ganha ainda mais força quando o preço nas bombas tende a variar. Há quem defenda que se o valor do litro do etanol for até 70% do preço do litro da gasolina, optar por abastecer com este combustível renovável pode ser interessante. Mas e com a nova gasolina, com densidade padrão estipulada pela ANP? Como fica essa questão? Afinal, a conta de poder calorífico do etanol ainda vale?

Hoje, os 70% que nos leva a fazer contas no posto vem gerando polêmicas. Sendo assim, fomos conversar com Edneia Caliman, especialista em regulação da ANP; e Ricardo Dilser, piloto, jornalista e gerente de comunicação no FCA Group, que reúne marcas como Fiat e Chrysler.

Segundo Edneia, a paridade no uso do etanol hidratado e da gasolina, para um dado veículo com motor flexível, ocorre quando a configuração de preços dos combustíveis compensa as diferenças de consumo ao usar etanol em vez de gasolina. “A relação de 70%, tradicionalmente utilizada, reflete aproximadamente [note bem que é uma média] a relação entre os poderes caloríficos dos dois combustíveis, e não leva em conta as diferenças de eficiência entre os diversos motores”, lembra a especialista.

Ela chama atenção para outros fatores que afetam essa disparidade entre ambos os combustíveis. Uma olhada rápida nos dados de consumos veiculares, fornecidos pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), permite verificar que essa relação de desempenho etanol/gasolina é variável. Além disso, os próprios dados disponibilizados pelo PBEV representam um valor médio, podendo variar entre veículos de uma mesma marca/modelo, a depender dos ajustes e configurações do fabricante, até para um motor idêntico em modelos de carros diferentes.

Avalie o consumo do seu carro

A especialista lembra que o consumo de combustível também é afetado por fatores que incluem calibração dos pneus, o modo de dirigir, entre outros pontos. Nesse sentido, devido à multiplicidade de carros, com diferentes motores, projetos e relação peso-potência, o ideal é que cada motorista avalie o consumo do seu veículo, de modo a identificar a relação ótima de paridade entre o uso de etanol e gasolina.

Nos carros mais atuais, o computador de bordo exibe o consumo médio. Nos mais antigos, faça a conta com a quilometragem marcada no odômetro. Para isso, encha o tanque, percorra uma centena de quilômetros e encha de novo. Divida os quilômetros rodados pelos litros que foram abastecidos. Dessa forma, perceberá, aproximadamente, o quanto seu carro gasta com gasolina, ou etanol. Veja o que for mais vantajoso em termos de consumo.

Conta dos 70% ainda vale?

Para Ricardo Dilser, a conta dos 70% se mantém, mesmo com a gasolina com densidade padrão. Como a Fiat vai lançar novos motores turbo em breve, questionei se esses motores turbinados mudam essa relação: Dilser afirma que sim.

“Pode haver vantagem no consumo de etanol com estes turbos”, uma vez que as características antidetonantes do etanol são propícias a esta tecnologia. Os turbos têm taxa de compressão menor. Mas, se considerarmos a performance, o consumo mantém a conta dos 70%. Quanto à gasolina de densidade definida, Dilser acrescenta que ela pode realmente melhorar marcas de consumo em até 5%. Quanto ao etanol, há um esforço técnico da FTP (que produz os motores Fiat e Chrysler) em melhorar o aproveitamento energético do etanol.

Sendo assim, na hora de escolher entre etanol e a nova gasolina, se atente a outros fatores que podem realmente interferir nesse resultado, incluindo, até mesmo, o modo de dirigir. E lembre-se sempre: ao abastecer, procure postos de confiança!

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