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Levantamento do ICL revela que roubos a balsas de combustíveis zeraram em 2024. Presidente de sindicato comenta ação para redução de ocorrências

Publicado em 26/03/2025 por Jean Souza

Um mapeamento feito pelo Instituto Combustível Legal (ICL) sobre roubos e tentativas de roubos a balsas de combustíveis na Região Norte do país mostra que, em 2024, os índices de segurança melhoraram em comparação aos três anos anteriores.

O ano fechou sem roubos, mesmo com oito tentativas. Em 2023, foram quatro roubos e nove tentativas; em 2022, sete roubos e duas tentativas; em 2021, oito roubos; e, em 2020, quatro roubos. Em relação a 2020 e 2021, não há dados sobre as tentativas.

Impactos da segurança embarcada

Para Galdino Alencar Jr., presidente do Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Estado do Amazonas (Sindarma), a adoção de segurança embarcada      foi o motivo para a redução dos índices de tentativas e de roubos.

“Tínhamos um cenário catastrófico de ataques aos nossos comboios, com prejuízos milionários, incluindo agressões físicas e mutilações em alguns tripulantes. A coisa estava tão feia que as seguradoras não queriam mais fazer seguros para a nossa região. Para seguir navegando e evitar o desabastecimento, conseguimos a permissão da Marinha e a ajuda das distribuidoras para implantar a segurança embarcada      a bordo”, afirma.

Segundo ele, a falta de policiamento e as longas distâncias percorridas nos rios “praticamente eliminava o tempo de resposta da polícia aos ataques”. Um comboio precisava navegar por dois dias para registrar ocorrência policial na próxima cidade, relata. “A longa distância e a ausência de um policiamento constante nos rios fizeram com que fôssemos uma presa fácil para os piratas”, descreve Alencar Jr.

O presidente do sindicato diz que a adoção da segurança particular “reduziu drasticamente os roubos, entretanto, as tentativas de assaltos continuam em um número menor”, mas sendo repelidas pela segurança embarcada     .

Grupo de Trabalho do ICL acompanha ações na Região

No ano passado, um levantamento do ICL revelou que os piratas dos rios causavam prejuízo anual de cerca de R$ 100 milhões nas atividades de transporte de cargas pelo Rio Amazonas.

Desde 2022, o instituto desenvolve ações para apoiar o combate aos crimes que afetam os transportes de combustíveis. Segundo Rosano Souza, integrante do Grupo de Segurança Empresarial do ICL, “foi fundamental a integração inicial dos associados” do instituto, que identificaram causas, objetivos e ações importantes para coibir os ilícitos.

Ele menciona o “Manual de boas práticas para proteção de comboios fluviais que transportam combustíveis” como um dos resultados dessa atuação. Faça aqui o download da publicação.

O Grupo de Trabalho mapeou a criminalidade nos estados com maior incidência de ocorrências (Amazonas, Pará e Rondônia) e desenvolveu ações por meio de outros grupos (Público/Privado e Multisetorial). Com isso, criaram procedimentos para alinhar as culturas organizacionais das diferentes empresas associadas ao ICL, visando à adoção da vigilância armada nas embarcações.

Atualmente, as empresas operam com tecnologia embarcada e fazem gerenciamento de risco, com incremento de novas tecnologias e ferramentas.

“O ICL junto com o IBP [Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás] tem nos ajudado nessa luta. Participamos juntos de várias reuniões com a Secretaria de Segurança, ajudando no projeto de implantação de bases policiais ao longo dos rios e cobrando ações do poder público, oferecendo até ajuda para a manutenção das bases”, descreve Alencar Jr.

Souza destaca que o ICL também tem realizado treinamentos sobre transporte fluvial de cargas para órgãos governamentais. Ele afirma que o excelente trabalho realizado no transporte rodoviário de cargas, em outras regiões do país, foi adaptado às peculiaridades e ao modal aquaviário da Região Norte.

“As nossas distâncias são continentais, precisamos de um policiamento ostensivo e constante ao longo dos rios. O nosso sonho é que o governo federal crie uma Polícia Hidroviária Federal para patrulhar os nossos rios, que hoje estão infestados de drogas, garimpo ilegal e piratas”, defende o presidente do Sindarma.

Confira também a área especial do ICL sobre pirataria nos rios da Amazônia

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